Portal de Eventos do IFSP - Câmpus São Roque, VIII Jornada de Produção Científica e Tecnológica (JPCT) e XI Ciclo de Palestras Tecnológicas (CIPATEC) - 2019

Tamanho da fonte: 
COMPARAÇÃO DO IMPACTO DE DOIS DIFERENTES TIPOS DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL EM INSETOS NOTURNOS NO MUNICÍPIO DE SÃO ROQUE (SP)
Tatiane Souza Silva, Fernanda de Oliveira Ferreira, Márcio Pereira

Última alteração: 2020-04-28

Resumo


A intensidade, periodicidade e espectro dos regimes de luz natural afetam potencialmente o forrageamento, a navegação, a comunicação e a regulação dos ciclos diários e sazonais em uma infinidade de espécies. A espécie humana desenvolveu um mecanismo de visão adaptado à luz diurna, logo, a ausência de luz traz grandes desvantagens em relação à sobrevivência da nossa espécie. A iluminação artificial foi introduzida justamente para estender o período de atividade humana, constituindo uma ferramenta fundamental no modo de vida do homem moderno. Entretanto o excesso desse tipo de iluminação artificial atua de maneira negativa nos seres humanos, animais e até nos micróbios. Dentre as espécies afetadas, os insetos de hábitos noturnos sofrem o maior impacto. Existem diversas opções de iluminação artificial na atualidade. Para decidir qual a melhor dentre elas, os fatores que causam impacto ambiental também devem ser considerados. Com o intuito de conhecer impacto da iluminação por lâmpadas de LED em relação às lâmpadas fluorescentes nas comunidades de insetos em uma área preservada e outra urbanizada na cidade de São Roque, foram realizadas coletas quinzenais durante os meses de abril a julho de 2019 utilizando a técnica de armadilha luminosa para insetos noturnos. Para efeito de comparação, foram utilizados dois tipos de lâmpadas (LED e fluorescente) de potência equivalente. Durante esse período foram coletados 1049 indivíduos pertencentes a 9 ordens e 46 famílias, sendo 677 na armadilha luminosa que utilizava iluminação fluorescente e 372 na armadilha com iluminação LED. Espécies das ordens Lepidoptera (n=210), Diptera (n=208) e Hymenoptera (n=147) foram as mais atraídas pela iluminação fluorescente, enquanto Hymenoptera (n=147), Diptera (n=141) e Hemiptera (n=72) foram os mais atraídos pela iluminação LED. Os resultados indicam que lâmpadas LED são bem menos prejudiciais aos insetos, uma vez que atraíram um número bem menor deles à armadilha luminosa em relação ao que foi observado nas armadilhas com luz fluorescente. Apesar de não constituírem um grande número de indivíduos capturados, espécies de interesse médico como Aedes aegypti (vetor de doenças como dengue, febre-amarela, Zika e chikungunya), Aedes albopictus (vetor da dengue), mosquito do gênero Haemagogus (vetor da febre amarela) e mosquitos do gênero Lutzomya (transmissor da Leishmaniose) foram atraídos às armadilhas luminosas durante o estudo.


Palavras-chave


Poluição luminosa, Insetos noturnos; Iluminação LED; São Roque