Mesmo 130 anos após a abolição da escravidão, os quilombos são, hoje, duramente afetados por medidas públicas, as quais muitas vezes são impostasa estes grupos sem seu consentimento, tornando os direitos à participação nas atividades políticas e sociais da comunidade quilombola intensamente limitados. Destarte, o presente projeto tem como objetivo expor a existência do racismo ambiental no Quilombo do Carmo, sobretudo no que condiz à construção e implantação da Estação Ferroviária Sorocabana, através de uma série de análises qualitativas, bibliográficas e documentais na cidade de São Roque - SP, em que se localiza o quilombo. Para isso, buscar-se-á mostrar os impactos que essa construção trouxe à saúde psicológica dos quilombolas, as alterações em seus fatores culturais e a forma a qual essa construção afetou ao fator ambiental da região. A partir de um embasamento teórico inicial, percebe-se também o intenso processo de conflitos sociais e políticos entre o interesse público e privado, o que fundamenta a tese de que a biopolítica estabelece direta relação com a construção da Estrada de Ferro Sorocabana.